A dúvida sobre se a lesão no esporte INSS garante algum benefício é comum entre trabalhadores, atletas e pessoas que praticam atividades físicas como lazer. O INSS não analisa a causa do acidente de forma isolada, mas sim o impacto da lesão na capacidade de trabalho.
Por isso, uma lesão esportiva pode sim gerar direito a benefício, desde que comprometa a função profissional e esteja bem comprovada.
Quando a lesão no esporte gera direito no INSS?
O INSS avalia se a lesão no esporte INSS resultou em:
- impede totalmente o trabalhador de exercer sua função por um período, ou
- gera sequelas permanentes que reduzam sua capacidade laboral.
O INSS não diferencia se o acidente aconteceu no trabalho, em casa ou durante a prática de esportes.
O que importa é a incapacidade laborativa.
Por isso, se a lesão comprometer funções essenciais ao trabalho — correr, levantar peso, manusear objetos, dirigir, manter postura prolongada, entre outras — há possibilidade de concessão de benefício.
Exemplos de lesões que costumam gerar incapacidade:
- ruptura de ligamentos;
- fratura de membros;
- lesão de menisco;
- rompimento do manguito rotador;
- tendinites e bursites graves;
- luxações recorrentes;
- traumas com limitação de movimento.
Benefícios do INSS após lesão no esporte
A lesão no esporte pode gerar três tipos de benefícios, conforme a extensão do dano e a duração da incapacidade.
Auxílio-doença (benefício por incapacidade temporária)
É o benefício concedido quando o segurado fica temporariamente incapaz de trabalhar.
Requisitos:
- qualidade de segurado;
- carência de 12 contribuições (salvo acidentes);
- incapacidade comprovada por perícia médica.
O tempo de afastamento depende do quadro clínico e da evolução da lesão.
Auxílio-acidente
É um benefício indenizatório, pago quando o segurado apresenta sequela permanente que reduz sua capacidade laboral, mesmo que continue trabalhando.
No caso de lesões esportivas, isso ocorre quando o dano afeta mobilidade, força, equilíbrio ou amplitude de movimento.
Exemplo: após cirurgia de joelho, o segurado recupera parte das funções, mas permanece com limitação que reduz rendimento no trabalho.
O auxílio-acidente não exige incapacidade total, apenas redução da capacidade.
Aposentadoria por incapacidade permanente
Concedida quando a lesão causa incapacidade definitiva para o trabalho, sem possibilidade de reabilitação.
Casos mais graves:
- sequelas irreversíveis em membros inferiores ou superiores;
- limitações motoras permanentes;
- quadros complexos com múltiplas cirurgias e perda funcional severa.
O segurado deve passar por avaliação médica e social no INSS.
Saiba mais: Aposentadoria por invalidez x auxílio-doença: entenda as diferenças e critérios
Atletas profissionais têm regras diferentes?
Sim. Uma lesão no esporte INSS pode ser incapacitante mesmo que pareça leve, pois o desempenho esportivo exige condições específicas.
O INSS avalia:
- capacidade de treinar
- capacidade de competir
- risco de novas lesões
- impacto da sequela no desempenho profissional
Uma lesão leve pode ser incapacitante para um atleta, mesmo que não impeça atividades comuns do dia a dia.
Por isso, a avaliação de incapacidade nesse grupo é mais específica.
Praticantes de esporte recreativo têm direito?
Sim. O INSS não exige que a lesão tenha ocorrido no trabalho ou durante atividade profissional.
Basta que o segurado:
- esteja contribuindo;
- cumpra os requisitos de carência (exceto acidentes);
- apresente incapacidade para o trabalho habitual.
Uma pessoa que se machuca jogando futebol no fim de semana, por exemplo, pode ter direito ao benefício se a lesão impedir o exercício de sua função.
Documentos que ajudam na concessão
Para aumentar as chances de reconhecimento do benefício, é importante apresentar:
- exames (raio-x, ressonância, ultrassom);
- laudos médicos atualizados;
- prontuários hospitalares;
- relatórios do médico assistente;
- atestados com CID e tempo estimado de afastamento;
- documentos que comprovem sequelas ou limitação funcional.
A consistência documental facilita o entendimento da perícia e reduz riscos de negativa por falta de prova.

Por que o INSS nega tantos pedidos?
Lesões esportivas são, muitas vezes, vistas como eventos “controláveis” ou acidentais, e isso causa dúvidas na análise administrativa.
Motivos comuns de negativa:
- laudos incompletos;
- falta de exames que comprovem a lesão;
- ausência de demonstração da incapacidade;
- estabilidade clínica não demonstrada;
- falhas na descrição de limitações funcionais.
Por isso, o acompanhamento jurídico aumenta a segurança na apresentação das provas.
É possível recorrer da negativa?
Sim. O segurado pode:
- entrar com recurso administrativo, ou
- buscar via judicial, caso a perícia administrativa não reconheça a incapacidade.
Na Justiça, a avaliação costuma ser mais detalhada e realizada por especialistas independentes, o que pode levar ao reconhecimento do direito ao benefício.
Leia também: Auxílio-doença negado? Saiba o que fazer e quais são os seus direitos
Conclusão
A lesão no esporte pode sim gerar direito a benefício no INSS, desde que cause incapacidade temporária ou permanente para o trabalho.
O que define a concessão não é o local da lesão, mas o impacto na capacidade laboral.
Com documentação adequada e análise criteriosa, é possível acessar o benefício mais adequado para cada caso.
Cada caso tem suas particularidades. Por isso, é importante contar com orientação jurídica especializada.
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